Durante o período no qual o Brasil
foi governado por Presidentes militares muitos erros e acertos foram cometidos.
Três erros, entretanto, foram decisivos para a derrota estratégica que sofreram
não só os cidadãos fardados, mas toda a força conservadora no país.
O primeiro deles foi a negativa do
Marechal Castelo Branco em utilizar-se de uma estrutura similar ao DIP, da era
Vargas, de maneira que pudesse combater a propaganda subversiva. O presidente não
queria ter sua imagem atrelada à censura de Getúlio. O resultado foi a
progressiva infiltração de idéias revolucionárias dentro da produção
jornalística, cultural e artística.
O segundo erro foi o afastamento de
Carlos Lacerda da cena política do país. Conservador de atuação política
destacada, seu afastamento praticamente preparou o terreno para a tomada do
poder pela esquerda, que os próprios militares haviam combatido (com massivo
apoio popular), anos depois. O governo preocupou-se no combate à guerrilha e à
subversão, mas esqueceu-se do front cultural e político. O resultado foi
uma fragorosa derrota estratégica. Militarmente, comunistas, socialistas e a
esquerda em geral foram derrotados. Politicamente, venceram. Assim, tal como os
EUA no Vietnã, todas as batalhas foram vencidas, mas a guerra foi perdida.
O terceiro erro foi a estratégia do
silêncio. Ao optarem pelo ostracismo, os militares facilitaram sobremaneira
o trabalho de reescritura da história por parte dos então derrotados. Isto
possibilitou às forças de esquerda a conquista do apoio popular e a
substituição progressiva de valores tradicionais (chamados burgueses) por seu
novo código de ética e moral (chamado de valores do povo), mesmo que esta nova
escala de valores fosse inteiramente contrária ao que a população efetivamente
pensava.
A soma destes três erros decretou a
derrota do movimento de 31 de Março de 1964. Na verdade, a data marca apenas a
troca de estratégia por parte da esquerda de tomar o poder. Da utilização da
força para a conquista cultural e moral do país. Esta nova postura não
foi percebida por nossos chefes militares a tempo, inclusive modificando
algumas políticas externas do país, como a sua aproximação com a antiga URSS e
o apoio ao movimento socialista em Angola. Os vermelhos chegaram de roldão ao
poder, aparelharam o Estado e compraram mentes e corações com tolas idéias de
igualdade ou com o vil metal.
A Comissão da Verdade, cujo
representante dos militares será José Genoíno, é de fundamental importância
para a comprovação de inúmeras declarações feitas por diversos integrantes do
governo-Estado petista de que o Exército de hoje é diferente do Exército de
ontem. O silêncio catacúmbico que reverbera nos quartéis a este respeito não
deixa maiores dúvidas.
Os agentes do Estado que atuaram contra
sequestradores, terroristas, estupradores, assassinos e assaltantes serão
caçados, punidos, e presos. E os militares de hoje
permanecerão em silêncio... Premonição? Mãe Dinah? Búzios? Não. Basta olharmos ao
nosso redor para vermos o que aconteceu aos nossos hermanos uruguaios e
argentinos. Oficiais e praças presos, acusados de atentado aos direitos humanos
por terem lutado contra os criminosos que queriam mergulhar seus países na
ditadura proletária. A carta
dos militares argentinos presos (presos políticos) nos dá uma
amostra do que está por vir. Nela, verificamos que a estratégia
esquerdista é a mesma: de que o Exército Argentino de hoje é diferente do de
ontem, afirmativa que os autores repudiam sob o argumento de que lá (tal como
cá) o Exército é um só. Mas lá o "Exército
de hoje" também se calou.
Sob a manta evasiva da disciplina, nada
pode ser dito nem falado (sob pena de se quebrar um dos pilares do Exército).
Sob este "respaldo" é que se guiam para calarem-se diante de uma
situação que pode colocar na cadeia pessoas como o coronel Brilhante Ustra e ao
mesmo tempo dar vencimento de general à família de Carlos Lamarca, sujeito que
julgou e matou um tenente da Força Pública de São Paulo a coronhadas dentre
outros crimes.
A Comissão da Verdade não é nada mais que
um tribunal revolucionário aos moldes da VAR Palmares, MR-8, Vanguarda Popular
Revolucionária e outros movimentos e organizações terroristas que julgavam e
sentenciavam qualquer cidadão à revelia de qualquer instituto legal ou moral. Seu surgimento possui
um único propósito: queimar os arquivos ainda vivos daqueles anos e garantir
aos vitoriosos terroristas de ontem cada vez mais indenizações, à custa do
bolso e do dinheiro do desmemoriado e explorado povo brasileiro.
Enquanto este verdadeiro ataque ao
cerne do Exército é realizado, a preocupação maior dos militares é com os seus
vencimentos, com os aumentos que não chegam jamais. É claro que esta é uma
preocupação de extrema importância, mas muito
mais urgente é o desmonte histórico que está se desenhando em nosso Exército e,
por extensão às Forças Armadas. Por
dinheiro, vende-se a própria alma, entrega-se ao carrasco amigos e companheiros
de outrora.
O Exército de hoje é o mesmo de ontem
e será o mesmo Exército de amanhã. Infelizmente, não é o que a conjuntura atual
nos mostra. Desenha-se um verdadeiro expurgo da caserna.
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