À SENHORA DILMA ROUSSEFF
(15/8/2011)
Não tenho pela senhora
nenhuma simpatia, ao contrário, devoto aversão à sua ideologia e não condescendo
com as suas ações, no passado. Aliás, abomino-as. Não sou sua eleitora e jamais
desperdiçarei o meu voto com candidatos que professam doutrina tão solapadora
das instituições como a do partido que lhe sustenta politicamente e como a dos
demais, oportunistas, e tão nocivos quanto o seu.
Contudo, mesmo à custa do
assistencialismo populista que lhe rendeu os votos de quem nem sabe o
significado político de ‘eleição’, considero que, se a
senhora venceu a disputa eleitoral, tem de manter-se, constitucionalmente, na
presidência da nação e, constitucionalmente,
governá-la.
Como pertenço ao eleitorado
consciente, costumeiramente, tenho mostrado a minha indignação com a destruição
das instituições mais caras da sociedade: a Família e a Educação, ambas
atingidas pelo caos institucional que o seu antecessor, a senhora e seus
ministros instalaram no país. Inserir nas escolas a negação dos valores
históricos, éticos, morais e comportamentais, por meio de um conteúdo
programático repleto de conceitos estimuladores da baixa estima do indivíduo,
levando-o aos maus instintos na idade de formação, atinge também a família,
pouco afeita a indignar-se e, o pior, pouco afeita a pensar.
Certamente, a Senhora e os
seus correligionários têm, em mira, eternizar-se no poder, ao levar a infância a
tornar-se promíscua em todas as atividades, inclusive, a sexual. Desta maneira,
adquirindo a criança a marca da corrupção, será, quando adulto, o reflexo dos
seus governantes e, portanto, seu eleitor vitalício.
Senhora Rousseff, se deseja
imprimir ao seu governo um sinal particular, não dê as costas aos que lhe
rodeiam e que lhe desejam, justamente, vê-la pelas costas. Não seja refém de
nenhum partido e nem de seu padrinho político, andarilho desavergonhado que
insiste em permanecer olheiro de compromissos internacionais que somente à
Senhora, como presidente, e às Relações Exteriores, cabem resolver. Mas não. Lá
surge o homem do nada, pois do nada é feito e nada representa para o país.
Espaçoso e invejoso, fala em nome do governo que não lhe pertence
mais.
Embora as deteste, só
contará com as Forças Armadas para defender o seu mandato até o final. Sim,
estas mesmas contra as quais a senhora vem contingenciando orçamentos, estas
mesmas sobre as quais a senhora conta histórias pela metade, fazendo-se de
mártir ante a massa eleitoral, estas mesmas às quais impõe um Ministro da
Defesa, cujas ações diplomáticas chocam-se frontalmente com os interesses do
Estado Brasileiro, defendido constitucional, cívica e ardorosamente pelos
militares.
São elas, Senhora Dilma, as
únicas com que pode contar, em caso de turbulência de seus assessores, em caso
de sabotarem a sua decisão de governar sem a imundície das facilitações, deixada
pelo lulismo devastador.
Se pretende levar a cabo a
difícil tarefa de oxigenar o seu governo, contaminado pelos miasmas de oito anos
de infecção; se deseja livrar-se dos que a cercam, os corretores da nação, e que
já se mostram insatisfeitos com as suas frágeis demonstrações de independência
em relação à torpe diretriz partidária, desejo-lhe sucesso na destruição desta
praga cada vez mais avassaladora, mais larápia que
política.
Da mesma maneira que se
revoltou contra o governo militar que desenvolveu o país, a pretexto de
instituir uma ‘democracia’, faça agora a sua parte, livrando-se de
todos os que desejam derrubar a SUA democracia com o escancarado enriquecimento
ilícito. Mostre que é boa revolucionária.
Para exercer o seu mandato,
mais ou menos em paz, trave o seu padrinho político, ainda não consciente de que
é um reles “ex-“, e reinaugure o que ele anda inaugurando por este Brasil afora,
em plena campanha eleitoral antecipada. Mostre a ele e aos demais que, por ser
feminista, pode pôr os homens para correr, até mesmo o histrião de
Garanhuns.
Como vê, Senhora Rousseff,
mais vale um adversário, abertamente declarado, do que seus
‘amigos’, nada satisfeitos com a limpeza da casa que,
aparentemente, a senhora deseja fazer. Olho neles e solte o dinheiro das Forças,
porque, na hora que lhe nocautearem, será a elas que irá recorrer, para garantir
a tranquilidade do Estado e, em consequência, garantir o cumprimento de suas
próprias funções presidenciais. Pense nisso.
Apesar da antipatia que lhe
dedico, boa sorte!
(*Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa, membro da Academia
Brasileira de Defesa. A opinião expressa é particular da
autora.)
Comungo com as palavras acima, motivo pelo qual a divulgo no meu blog.
Capovilla
Corajosas e bem colocadas as opiniões da Sra. Aileda Oliveira. Se todos pudessem expressar-se com a clareza e lucidez desta senhora, certamente os status quo de nossa política seria bem diferente. Oportuna a afirmação da lealdade das Fôrças Armadas ao Poder instituido, apesar de não comungarem com suas idéias.
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